* Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação * (21 de Março)Racial


A Organização das Nações Unidas (ONU) decretou, em 21 de Novembro de 1969, 21 de Março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. Esta data foi instituída em memória do massacre ocorrido a 21 Março de 1960, na localidade de Sharpeville, na África do Sul, quando a polícia sul-africana abriu fogo contra uma multidão desarmada que protestava contra o regime de Apartheid. Foram mortas 69 pessoas, entre elas 19 crianças e registaram-se centenas de manifestantes feridos.
Esta data é comemorada mundialmente, sendo um momento de reflexão e de congregação de esforços na luta pela eliminação do racismo, que ainda faz, infelizmente, várias vítimas em diferentes localidades do mundo.


               Todos somos diferentes

"Todos somos diferentes,
e neste mundo há muita gente.
Olhemos com atenção, com os óculos de sol postos.
Muda a cor da pele, o corpo e os costumes também.
Vamos lembrar-nos para sempre,
e não só desta vez,
de que cada um é como é."


   A discriminação manifesta-se de muitas formas: desclassificações, gozos, indiferença, marginalização...
    Deparamo-nos, com muita frequência , com condutas discriminatórias não só entre as crianças, mas entre os adultos, aqueles que deveriam ser um espelho de atitudes e discursos positivos a imitar.
     O meio educativo deve ser um espaço privilegiado para aprender a aceitar as diferenças e a conviver com elas. 

UM SÓ MUNDO

Falar de respeito é falar dos outros:
é fácil de aplaudir, difícil de praticar.

Tolerar é descobrir,
entender e aceitar que todos somos diferentes
e não pensamos da mesma maneira.

O convívio é possível
se tu e eu compreendermos 
que as relações florescem com amor e respeito.




Sugestão de actividade:


Uma longa viagem

A Joana estava nervosa. Os seus pais regressavam nesse dia de uma longa
viagem. Mas não era uma viagem qualquer. A mamã tinha dito que era a viagem
mais importante da sua vida. Regressavam depois de muitos dias e a Joana iria
ao aeroporto esperá-los com os seus avós.
O papá e a mamã tinham partido só os dois, mas não regressavam só os dois.
Traziam o presente mais maravilhoso do mundo. A Joana já havia duas noites
que não conseguia dormir. O sonho cumpria-se e nesse dia chegava o seu irmão.

“Etiópia”, tinha dito a mamã; e a Joana procurou o país no mapa. Aprendeu
o seu nome, desenhou-o, pintou-o… Era aí que estava o seu irmão. O seu irmão
chamava-se Berhanu e quando chegasse continuaria a chamar-se assim; os pais
tinham-lhe explicado que o seu nome significava “Luz” e Joana achou que era
o nome mais bonito do mundo.
E já cá estão! Vão aparecer, finalmente! As portas abrem-se e Joana não sabe
se há-de rir ou chorar. Nos braços da mamã está Berhanu, o seu irmão, que veio
de muito longe para ficar. O seu irmão, que enche tudo de luz. Joana beija-o,
pega nele, aperta-o e Berhanu responde com sorrisos…

Hoje será um grande dia. A educadora Maria disse que a Joana vai contar
aos meninos da sua sala como se sente feliz. Explicará de onde chegou o seu
irmão e contará aos seus colegas coisas interessantes do país de Berhanu.
Os pais ajudaram muito e vão levar fotografias da Etiópia, desenhos, livros. A Joana
está entusiasmada. Pela tarde, os pais e o mano irão à escola buscá-la e todos os
seus amigos poderão vê-lo. A Joana sabe que é o melhor irmão do mundo.

Quando Berhanu chega à escola, todas as crianças se aproximam e vão vê-lo.
A Joana está orgulhosa e feliz. De repente, um menino aproxima-se e observa
o Berhanu que, na sua cadeirinha, ri contente…
- Joana… o teu irmão é preto.
Joana olha, depois observa bem o seu irmão, levanta a vista e procura o olhar
dos pais e, com os seus sábios cinco anos responde:
- O meu irmão é o melhor irmão do mundo. Pois, o meu irmão é preto.
O meu irmão veio de muito longe para estar comigo e não importa se é verde,
vermelho, preto ou amarelo.

Outros meninos se aproximavam e olhavam espantados para Berhanu.
Joana começou a sentir-se um pouco mal.
Porque é que os meninos olhavam tanto para o seu irmão? Porque é que
o tocavam com um dedo? Pensavam que o seu irmão os sujava?
De repente, ficou com imensa vontade de chorar e de se esconder. Por isso,
saiu a correr. Ela sabia que a cor das pessoas não importa. Ela sabia que gostava
do seu irmão, que era feliz quando ele lhe dava a mão pequenina.
Nunca tinha parado a olhar para a cor da sua mão. Era a mão do seu irmão.
O seu irmão tinha a cor do amor, o seu irmão tinha a cor da esperança, da alegria,
do riso… Era o melhor que lhe havia acontecido nos seus cinco anos de vida.

Por isso, quando voltou a aparecer no recreio da escola, com a cara toda
pintada de preto, ninguém disse nada.
O papá apertou-a nos braços e beijou-a muito.
Então, a educadora Maria tirou do seu baú mágico um montão de luvas de todas
as cores, fez uma roda muito grande e todos deram as mãos. Cada mão de uma
cor, cada riso de uma cor… Todos juntos eram uma só cor.

» Perguntas para reflectir sobre o conto:

 - Porque acham que um menino da sala da Joana diz que o seu irmão é "preto"?
 - Que diferenças existem entre a pele "branca" e a pele "preta"?
 - Acham que o irmão da Joana "suja" ou "mete medo" por causa da cor da sua pele?
 - Porque é que a Joana pintou a cara de preto? Como acham que se sentia? Somos diferentes do Berhanu por termos a pele de outra cor ou somos diferentes por fora, mas iguais por dentro?
 - O que tirou a educadora Maria do seu baú mágico? Comparemos o nosso corpo com o corpo de meninos de outras raças... Têm também mãos, olhos, boca, cabeça e pernas como nós? Só é diferente a cor da pele, a textura do cabelo ou a forma dos olhos, já repararam? 

Todos temos mãos, olhos, boca, cabeça..., todos rimos, choramos,
cantamos, estamos tristes ou somos felizes:
Todos somos seres humanos.



Fontes:
Rvst. Educadores de Infância

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